por Jussara Alves*
Aos poucos, a história da leitura torna-se assunto de livros, pesquisas, ensaios, seminários e congressos no Brasil com a participação de Roger Chartier e Jean Hérbrard, dois expoentes dessa área de pesquisa. Entretanto, a história da Leitura ainda é um tema novo que necessita ser estudado no Brasil.
O primeiro e maior meio de acesso à leitura em Cuiabá foi o jornal. Themis Matogrossense foi o primeiro jornal e data do ano de 1839. Só em 1912, foi criada a Biblioteca Pública de Mato Grosso, cujos 1000 volumes iniciais foram doados pela população. Nos periódicos que pesquisei, percebi que poucas livrarias e papelarias vendiam livros anunciados. E que o verdadeiro público alvo dos jornais cuiabanos deste período era a elite letrada.
Hoje essa realidade mudou. Com inclinações político-partidárias, os jornais pretendem atingir o maior número de leitores possível, lançando mão da diversidade nos assuntos.
Para Roger Chartier, a leitura, além de ser uma prática cultural, é uma forma de apropriação, uma vez que, “cada leitor, a partir de suas próprias referências, individuais ou sociais, históricas ou existenciais, dá um sentido mais ou menos singular, mais ou menos partilhado, aos textos de que se apropria”.
Fico então na torcida para que seja possível embarcar numa viagem por meio da leitura, senão todos, um maior número atingível de pessoas.
* Jussara Alves da Silva é graduada em História pela UFMT/Cuiabá. Como bolsista PIBIC (Programa de Iniciação Cientifica), pesquisou as práticas de leitura e o aparelhamento da sociedade para o mundo do livro, através da imprensa, entre 1910 e 1940.
Um comentário:
Gostei do texto. Esclarecedor.
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