terça-feira, 30 de setembro de 2008

Lado [R] #8: daqui a pouco já tá na rua!

Quer produzir um zine? Não precisa ter muita grana, basta uma idéia na cabeça e muita criatividade!
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por Pricyla Koehler

Logo mais já tá na rua o Lado [R] #8. Os zines, ou fanzines, são geralmente conhecidos por pecar em qualidade técnica em função dos poucos recursos para publicação. Mas o Lado [R] é uma publicação que contradiz essa linha. Produzido há três anos em Natal de forma independente por um grupo de amigos interessados em rock’n roll, contra-informação e irreverência, esse formato independente e irreverente do zine mescla informação com criatividade e bom-humor e têm cativado um público cada vez maior de leitores. Ainda não conhece? Ficou interessado? Então aproveite para ler a entrevista com um dos idealizadores do Lado [R], Leandro Menezes, e descubra porque “conhecimento não se vende.”

O Lado [R] é como um grande laboratório de comunicação. O que as pessoas podem esperar de novidades para o #8?

Leandro: Tem bastante novidade. Conseguimos o apoio para a impressão junto com uma gráfica aqui de Natal, e uma novidade dessa edição é o papel. Mudamos o papel do miolo do zine, agora está em papel jornal, só a capa veio no papel kraft já tradicional do Lado[R], o resultado ficou bacana, a gente curtiu e a leitura fica bem melhor. Só achamos que ficou muito 'molinho'. O zine ficou bem mais fininho, mas já estamos com a idéia de duplicar o número de páginas, para as edições futuras e o zine ganhar mais consistência física mesmo.

E conseguiram rodar quantos exemplares?

Leandro:
Desde o número cinco rodamos dois mil exemplares e conseguimos manter essa tiragem para a oitava edição.

Foto: Renata Marques e Rafael F. (assessoria e diretoria, respectivamente) com a 8ª edição do Lado [R]

E como foi a produção do Lado [R] #8?

Leandro:
Passamos 2008 inteiro de vacilo, sem lançar nenhuma edição... Foram problemas pessoais, contratempos, falta de tempo... Uma coisa aqui e outra ali, acabou que a gente se viu sem estar fazendo mais o zine, e isso nos assustou. Desde fevereiro/março, a gente já tinha a pauta definida e alguns textos já estavam prontos, um estalo de lucidez nos acometeu e resolvemos arregaçar as mangas e reiniciar os trabalhos, revisamos os textos que já tínhamos em mãos e buscamos outros que foram surgindo, como sempre, de forma espontânea, através de conversas com amigos ou navegando pela internet.

Quais as maiores dificuldades que vocês encontram em todo o processo de produção do zine até a impressão e distribuição do material já pronto?

Leandro:
Assim como toda produção independente, o Lado [R] também esbarra em muitas dificuldades, como os custos para a produção e a distribuição dos exemplares para praças de todo Brasil. A primeira publicação não ultrapassou a marca dos 100 exemplares. E todos xerocados! Mas nós acreditamos que conhecimento não se vende, se compartilha, por isso fazemos questão de distribuí-lo gratuitamente até quando pudermos segurar a peteca, vai ser sim... A distribuição ainda é muito tímida, apesar do zine já ter chegado a diversos estados do país. A idéia é estar sempre pensando em uma forma de agilizar isso, mas temos um grande problema que é a falta de grana...

O Lado [R] já é muito mais que um ‘jornalzinho de estudantes’. Vocês já receberam um prêmio da Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação com ele...

Leandro:
Nós inscrevemos um trabalho no Intercom regional em São Luís há uns dois meses. O trabalho é basicamente o Lado [R]. Acabamos levando o prêmio da categoria Áreas Emergentes - Impresso. Com esse prêmio fomos habilitados a participar da edição nacional, em Natal, mas não conseguimos levar o caneco, mesmo jogando em casa. E falando dele, abordamos os mais variados temas e assuntos e perspectivas diferentes da mídia alternativa, marginal, independente ou qualquer coisa assim. Também estamos escrevendo nosso TCC [Trabalho de Conclusão de Curso] sobre o Lado [R], estamos propondo compilar as melhores matérias já publicadas no zine desde a primeira edição, fazendo assim uma espécie de almanaque, ou “fanzinaque”. A nossa intenção é continuar estudando esses temas que nos são queridos.

E entra bastante na questão também contribui para difundir a leitura...

Leandro:
Pois é, é a famosa 'formação de público'. A nossa diagramação, com um formato mais arrojado que outros zines, de uma forma geral contribui para isso. Mas a nossa intenção não é fomentar só a leitura tradicional, nós queremos que o leitor do Lado [R] leia os textos, mas que também leiam as figuras. Por exemplo... temos a idéia de lançar uma edição estritamente visual.

É um vanguardismo hein!

Leandro:
Então, vanguarda não. Acho que somos "possibilistas"... Tudo que nós achamos que tem valor para nós, publicamos. Não existe uma regra, um processo fechado, as coisas simplesmente acontecem.

* * *

E essa edição tem direito até a festa de lançamento e tudo. Quem estiver aí por essas bandas de Natal, não pode perder: lançamento do Lado [R] #8 e do CD "Normal People´s Brigade", da banda Calistoga. Então, se você tiver a chance, cola lá no Centro Cultural Dosol, Ribeira, nessa sexta-feira, 03, às 22h. É só R$5 a entrada e as 30 primeiras pessoas que entrarem na festa ainda ganham o CD na faixa!

E para você que não vai para Natal tão cedo, aguenta aí! Logo mais vai ter Lado [R] #8 circulando aqui em Cuiabá também.

Enquanto isso, vai acompanhando o que essa galera anda produzindo lá na esquina do continente:
www.ladorsemcolchetes.blogspot.com

sábado, 6 de setembro de 2008

Espectador de setembro já tá circulando!

A segunda edição da Revista Espectador já tá na rua!
Já leu a sua?
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Texto: Brunah Vaz
Edição: Pricyla Koehler


Incentivo e facilidade de acesso às informações culturais, artísticas e literárias que rolam na Hell City. É isso que você tá procurando? Então é só conferir a segunda edição da Revista Espectador que já está circulando em Cuiabá. A edição de setembro está mais mais ampla, com 20 páginas, e também aumentou o número de parceiros e colaboradores.

E tem Cativa na Espectador desse mês. "Integração de artes integrando Cultruas" escrito pelos cativos Ney Hugo e Pricyla Koehler conta tudo o que rolou no Língua de Calango 2008.

O destaque da revista é a matéria sobre o Circuito Cultural Setembro Freire. O evento nasceu da idéia da filha do poeta Silva Freire e tem como sentido maior o fortalecimento da cultura local por meio da vinculação entre educação e cultura. Também tem a participação dos meninos da banda Macaco Bong numa entrevista sobre o novo álbum virtual que eles acabam de lançar, com o conceito: “Artista igual pedreiro” e sobre o Circuito Fora do Eixo.

No espaço DEBATE, você vai encontrar o jornalista e poeta Lorenzo Falcão falando sobre Letras, Jornalismo, Etc e Tal. E se você quer saber um pouco mais sobre o universo sertanejo de Guimarães Rosa, a Espectador traz todas as informações sobre a exposição Sertão Encarnado, que é uma homenagem ao centenário do escritor. E falando em clássico, também tem Romeu e Julieta na revista! Só que é uma matéria sobre a atividade Romeu e Julieta No Parque Mãe Bonifácia realizado pela Companhia Teatro Mosaico.

E como na primeira edição da Espectador, também tem uma agenda com as datas e locais dos eventos culturais e artísticos que estão rolando durante esse mês em Cuiabá. E ainda outros textos igualmente interessantes.

A primeira edição da revista, lançada em Agosto e distribuída no Festival Calango 2008, além das matérias sobre os eventos do mês, pautou tanto assuntos mais polêmicos, como o Mês da Diversidade Sexual e Cidadania promovido pelo Movimento GLBT, quanto assuntos sociais que de destaque na comunidade como o Movimento Hip-Hop da CUFA (Central Única das Favelas). A Espectador # 01 foi bem aceita pela população regional e teve ampla satisfação dos leitores de fora que tiveram o acesso à revista durante o Calango.

Para quem ainda não conhece a revista tá dando bobeira, porque a Espectador é bem fácil de encontrar. Além da distribuição ser gratuita, você pode receber em casa! É só se cadastrar pelo email: contato@revistaespectador.com.br, ou pelo telefone (65) 3023-9323. E dá uma passada no site também: www.revistaespectador.com.br. Lá você vai ficar sabendo de tudo o que rola na cena cultural cuiabana.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Em outubro tem 24h de Cultura!


Em outubro tem muito mais que 24h de Cultura na UFMT!
É arte, cultura e conhecimento em movimento!

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A festa é em outubro, mas os preparativos já começaram. A terceira edição do 24h de Cultura na UFMT – arte, cultura e conhecimento em movimento - está marcada para acontecer de 6 a 10 de outubro no estacionamento do Parque Aquático da UFMT e promete novidades. Além da tradicional programação cultural 24h ininterrupta no dia 10, o evento ganhou um novo espaço na programação que recebe o nome de Mopyrô e abriga encontros de formação e de intercâmbio com foco na troca de saberes e na qualificação de arte-educadores.

O evento é realizado pelo Movimento Panamby, coletivo autônomo que trabalha com projetos de cultura e meio ambiente de interface com a comunidade externa à universidade.

Inscrições abertas

O 24h tem uma programação extensa e variada. Para este ano, o evento tem oficinas e apresentações de diversas áreas artísticas para o dia cultural 24h. Com o Mopyrô, também vão acontecer encontros, reuniões e cirandas faladas para os Intercâmbios Livres, uma programação com foco na criação de redes e na disseminação de conceitos através da livre troca de saberes.

Projetos e trabalhos científicas podem fazer parte do Encontro do Observatório de Pesquisa, núcleo que começa seus trabalhos de pesquisa dentro da UFMT com olhos voltados ao tema poder, cultura e contemporaneidade.

Ainda no Mopyrô, a organização promove as oficinas de capacitação, que vão do dia 6 ao dia 10 qualificando profissionais que já atuam nas áreas das oficinas ou professores e universitários com interesse na educação através da arte.

É nessa parte do 24h que a organização abre o diálogo com os campi do interior no esforço de trocar experiências e conhecimento. São esperados 200 estudantes de outras cidades de Mato Grosso e de outros estados para isso.

Todas as inscrições para o 24h de Cultura podem ser feitas online no blog do projeto, aqui. E você também vai poder acompanhar dia-a-dia todas as novidades dessa terceira edição.

Serviço
Festival 24h de Cultura na UFMT
Data: 06 a 10 de outubro
Local: Estacionamento do Parque Aquático da UFMT
Inscrições pelo www.24hdecultura.wordpress.com
Informações: 65 3615-8378

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Festival Calango 2008 começa amanhã!

Língua de Calango 2008 aposta em fórmula irreverente para a edição deste ano: "poesia, música e um pouco de farinha trigo!"

Oficicina Garganta (foto: Caio Perim)
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O Língua de Calango traz muitas novidades para a 6ª edição do Festival Calango 2008. O espaço de literatura aposta num "up" significativo na sua produção para a edição deste ano. A principal atração é o Estúdio Garganta, oficina móvel de gravação, edição, masterização e publicação de material em áudio, realizada pela banda capixaba Sol na Garganta do Futuro.

A etapa de literatura do Festival Calango 2008 vai realizar, além da Oficina Garganta, mais três atividades: o "Flip Chart", a biblioteca itinerante e o lançamento de livros. O grande desafio do Língua de Calango é, além de incentivar a produção literária, potencializar a divulgação da produção local de qualidade mas que esbarra na falta de suportes para expor suas obras.

Estúdio Garganta

O Estúdio Garganta é uma célula itinerante que trabalha com uma dinâmica própria, de acordo com a demanda musical e textual do público. No estúdio, o oficinante/interessado pode, além de entrar em contato com o processo de junção de texto e música, registrar suas canções e seus textos de uma maneira livre e despretensiosa, porém orientada e eficiente e com a vantagem da qualidade técnica adequada. O Estúdio Garganta funciona como um catador de sons, registra manifestações distintas por onde passa; música, textos, poesia, falações, cantigas e tudo mais que a imaginação do oficinante permitir.

Lançamentos

O Língua de Calango deste ano traz o lançamento de três livros. E tem livros para todos os gostos, como por exemplo, “Sangue Som Fogo”, um livro de poesias inéditas escrito pelo vocalista do Sol na Garganta do Futuro, Fabricio Noronha.

E para quem gosta de ficção também vai poder conferir de perto o livro A Estratégia de Lilith, do jornalista, escritor, músico e (agora) ator Alex Antunes. A Estratégia de Lilith está sendo roteirizado para o cinema, o responsável pela adaptação, Hilton Lacerda, tem no currículo filmes como Amarelo Manga, Baixio das Bestas e Baile Perfumado. Antunes foi editor da Bizz nos anos 80 e criou a revista Set, sobre cinema. Sua banda, Akira S e As Garotas que Erraram, marcou época no underground paulistano.

E é claro que não poderíamos deixar de dar espaço para a literatura local. “Os Dez Talentos” é um livro de ficção e suspense escrito pelo paranaense Isaque Seggato, que há 15 anos mora em Cuiabá. Artista igual pedreiro, Seggato viveu a metáfora-lema da cena independente na prática e lança, aos 44 anos de idade, seu primeiro livro no Festival Calango 2008.

Flip Chart

Sob o tema "Grandes Histórias dão origem a Grandes Livros”, o público presente vai poder participar diretamente de toda literatura produzida durante os dias do Calango. Um espaço de expressão vai estar disponível para todos os interessados em continuar a história: um “flip chart”, canetas e provocação para estimular a criatividade de todos. No final de cada dia do evento terá sido construído um livro, contos ou poemas em que todos os participantes são autores. O objetivo é que cada pessoa, ao continur a história, estimule sua capacidade criativa e ao mesmo tempo trabalhe com a idéia de coletividade, com foco na prática da leitura e da escrita.

Biblioteca

O espaço será ocupado por estante com vários livros disponíveis para leitura, de modo que simbolize uma biblioteca dentro do Festival Calango. Será criado um living, um ambiente dentro da arena que também possa estimular a leitura. O desafio é tentar desvincular a leitura a uma coisa chata, penosa e cansativa mostrando-a como um hábito leve e prazeroso.

Língua de Calango 2008

As atividades do Língua de Calango são organizadas pela editora alternativa Cativa. A primeira ação, nesse ano, foi desenvolvida em conjunto com o projeto Calango na Escola, através do concurso de redação, sob o tema "Os Novos Paradigmas da Produção Cultural no Brasil". Como parâmetro para a seleção dos vencedores, foi considerado o entendimento do estudante sobre o seminário de mesmo tema, além das normas gramaticais e ortográficas. A redação teve formato livre e a curadoria está sendo realizada pelos membros da Editora Cativa.

Editora Cativa

Criada com o objetivo de expor, vender e trocar produtos da atual produção literária alternativa de todo o país, a Editora Cativa também budca inserir a literatura no contexto do sistema de crédito. Nesse caso, trabalhando com o Cubo Card, a Cativa estuda a posterior criação do Cativa Card.

Patrocínio

O Festival Calango conta com o patrocínio da Petrobrás, maior empresa investidora em cultura no Brasil. O festival foi um dos selecionados no 1º Edital de Festivais de Música Independente capitaneado pela empresa em parceria com o Instituto Moreira Sales, em 2007. O evento conta ainda com patrocínios do Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Cultura, da Cerveja Sol e do Sebrae-MT.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

MT ganha veículo especializado em cultura


Agora você já sabe onde encontrar informações de qualidade sobre eventos artístico-culturais.


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com informações da Assessoria

Mato Grosso vai ganhar seu primeiro veículo de comunicação especializado em cultura na próxima sexta-feira (1º de Agosto) – a Revista Espectador. A revista pretende ser um ponto de encontro para quem procura informação sobre eventos artístico-culturais. O lançamento ocorre no Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC) às 20h.

Com publicação mensal e tiragem inicial de 10.000 exemplares, a Revista Espectador entra no mercado cultural de Cuiabá com distribuição gratuita. A sustentabilidade da revista será pautada na publicidade veiculada junto aos conteúdos.

Antenada com as discussões sobre internet e novas formas de distribuição de informação, a revista também vai disponibilizar todo seu conteúdo na internet, chegando a locais e pessoas que não encontrarão o formato físico da revista para leitura. Todo conteúdo da revista você encontra no site revistaespectador.com.br.

A Revista Espectador nasce de um núcleo de produção da Cooperativa de Comunicação, Cultura e Arte (COCCAR). A proposta é ir além do mural de eventos, provando que cultura não é apenas um artigo de luxo ou curiosidades, mas um assunto sério e lucrativo.

Filiada à Mídias Integradas Cuiabanas (MIC), a revista conta com a colaboração de diversos produtores de conteúdo, membros de coletivos de arte e comunicação. A Revista Espectador é fruto de uma comunicação alternativa, inteligente e conectada com o que vem sendo discutido para o mercado de comunicação do país.

Festa de lançamento

Além da distribuição de exemplares da revista, a festa delançamento da Revista Espectador vai contar com diversas atrações: a música fica por conta de DJ Taba e DJ Rodrigo Farinha. E quem for prestigiar o evento, vai poder assistir à apresentação de Taty Baracaty, personagem clássica e impagável do ator Maurício Ricardo. A cerveja vai ser vendida por apenas R$ 1,50.

Confira na primeira edição:

• Matéria de capa sobre o Festival Calango, um dos maiores festivais de artes integradas independentes do país;

• Entrevista exclusiva com Sandro Lucose, diretor da Cia. Teatro Mosaico, que comemora treze anos de trabalho;

• Conheça o funcionamento de um dos coletivos mais atuantes do estado – referência em ações de responsabilidade sócio-cultural –, a Central Única das Favelas (CUFA);

• O maior festival de cultura popular da região Centro Oeste: o Festival Cururu e Siriri de Cuiabá, que na sua sétima edição se solidifica como um marco na preservação de manifestações riquíssimas das tradições de nosso estado;

• Artigo de Juliana Capilé, diretora da Cia. Pessoal de Teatro, que trata do avanço das artes cênicas e da repercussão da Mostra Curto-Circuito na capital;

• Na coluna intitulada Debate, um artigo manifesto assinado por diversos artistas que discutem o perfil dos nossos representantes políticos e questionam a construção da nova Lei de Cultura do Estado.

Tudo isso e muito mais, a partir de agosto, na Revista Espectador.

COCCAR

Nascida de discussões dentro do Fórum Permanente de Cultura de Mato Grosso, a Cooperativa de Comunicação, Cultura e Arte – COCCAR é uma associação autônoma de artistas que se uniram voluntariamente para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de um empreendimento de propriedade coletiva e democraticamente gerido.

Além disso, a COCCAR é um grande fórum de debates e formação político-cultural. A cooperativa conta atualmente com 82 membros de diversas manifestações artísticas.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Editora Cativa anuncia novidades para 6ª edição do Língua de Calango

A iniciativa destinada à literatura alternativa divulga suas atividades durante o Festival Calango


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por Alfa Canhetti


O projeto Língua de Calango, assim como todas as artes integradas, vem com um "up" significativo na sua produção. Em umas das tendas localizadas na cidade das artes, serão realizadas três atividades, sendo que duas delas estão confirmadas, são elas: o "flip chart", que vai estar disponível para o público produzir trechos de uma história e a biblioteca da qual o público terá acesso. A terceira atividade está em processo de negociação, e consiste em um estúdio móvel de gravação, edição, masterização e publicação de material em áudio. Essa produção é uma parceira com a banda de poesia Sol na Garganta do Futuro (ES).

As três frentes de trabalho a serem realizadas estão detalhadas abaixo:

Flip Chart

Será produzido um espaço de expressão aberto a participação de todos que passarem pelo Calango. Sobre um tema que está em processo de criação, estará disponível para os interessados 'flip chart' e canetas para que cada um continue a história. No final de cada dia do evento terá sido realizado um livro em que todos os participantes são autores do mesmo. O objetivo é que cada pessoa continue a contar a história, estimulando sua capacidade criativa e ao mesmo tempo trabalhando com a idéia de coletividade, com foco na prática da leitura e escrita.

Biblioteca

O espaço será ocupado por estante com vários livros disponíveis para leitura, de modo que simbolize uma biblioteca dentro do Festival Calango, tentando criar assim um ambiente dentro da arena que também possa estimular a leitura. Sendo assim, o desafio é tentar desvincular a leitura a uma coisa chata, penosa e cansativa.

Estúdio Garganta

O Estúdio Garganta é um estúdio móvel de gravação, edição, masterização e publicação de material em áudio. Nessa célula itinerante, o Sol na Garganta do Futuro trabalha a partir de diversas ações, a demanda musical e textual do público. No estúdio, o oficinante/interessado pode, além de entrar em contato com o processo de junção de texto e música, registrar suas canções e seus textos de uma maneira livre, porém orientada, despretensiosa, porém eficiente e com qualidade técnica adequada. O Estúdio garganta funciona como um catador de sons. Registrando manifestações distintas por onde passa; música, textos, poesia, falações, cantigas...

Outra novidade que eles trazem é o lançamento do livro de um deles, Fabrício Noronha, durante os dias do festival. Segundo a assessora de imprensa da Cativa, Pricyla Koehler, "seria ótimo a vinda deles, para potencializar a divulgação de tanta gente que tem qualidade mas que de repente não teve suporte para expor tudo que já produziu", lembrando que essa última atividade ainda está para ser confirmada.

Essa edição

As atividades do Língua de Calango são organizadas pela editora alternativa Cativa e a primeira ação nesse ano foi durante os dias do projeto Calango na Escola, que teve como atividade o concurso de redação, cujo o tema foi "Os Novos Paradigmas da Produção Cultural no Brasil". Como parâmetro para a seleção dos vencedores, foi considerado o entendimento do estudante sobre o seminário de mesmo tema, além das normas gramaticais e ortográficas. A redação teve formato livre e a curadoria está sendo realizada pelos membros da Editora Cativa.

Editora Cativa

A editora Cativa foi criada com o objetivo de expor, vender e trocar produtos da atual produção literária alternativa de todo o país e buscar inserir essa arte integrada ao contexto do sistema de crédito, nesse caso, trabalhando com o Cubo Card, visando o estudo para posterior criação do Cativa Card.

Patrocínio: O Festival Calango conta com o patrocínio da Petrobrás, maior empresa investidora em cultura no Brasil. O festival foi um dos selecionados no 1º Edital de Festivais de Música Independente capitaneado pela empresa em parceria com o Instituto Moreira Sales, em 2007. O evento conta ainda com patrocínios do Governo do Estado de Mato Grosso, através da Secretaria de Cultura, da Cerveja Sol e do Sebrae-MT.

SERVIÇO
Língua de Calango
dias 8, 9 e 10 de agosto
no Centro de Eventos do Pantanal

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Grifo: laboratório de idéias

A Revista Grifo representa a conquista de mais um espaço. É o surgimento de mais meio de dar voz ao que geralmente não tem espaço na chamada mídia tradicional.

foto: Paulo Kyd

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por Pricyla Koehler

Lançada oficialmente na última semana no Centro Cultural da UFMT, a Grifo é a produção idealizada pelo Movimento Panamby. Com design ousado, a resvista é produzida por alunos e ex-alunos da UFMT que fazem parte da Agência Laboratório - Coletivo de Comunicação do Movimento Panamby. E também conta com o apoio da própria universidade e outros coletivos da cena independente de Cuiabá.

Com distribuição gratuita, um dos maiores orgulhos da galera que participou do nascimento da Grifo é ter conseguido produzir um material de qualidade sem precisar vender nenhum espaço para qualquer iniciativa privada.

Segundo uma das coordenadoras do Panamby, Flavianny Tiemi, o objetivo da revista é justamente servir como laboratório para todos os alunos e demais interessados na comunicação alternativa.

A revista vai ter circulação mensal e o lance é que não deve haver nenhuma seção totalmente fixa. “Tudo deve funcionar como um grande laboratório mesmo, servir como um grande campo de testes”, explica a responsável pelo núcleo de produção da Grifo, Talyta Singer.

A Grifo em sua primeira edição, traz a publicação de artigos de opinião, contos, artigos científicos e um relatório dos fatos mais importantes e comentados durante o mês.

Depois de cocretizado o projeto de elaboração da revista, o próximo passo é conseguir que a revista tenha o peso de publicação para os artigos científicos. Apesar de servir como um laboratório de idéias, a Grifo é produzida por pessoas sérias e que primam com grande responsabilidade pela qualidade da filha caçula do Panamby.

Gostou? Então, participa:

E pra você que achou a idéia interessante e quer participar da Grifo, é só comparecer às reuniões de pauta da revista. Os encontros acontecem todas as segundas-feiras, às 18h, no Centro Cultural da UFMT.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Estantes da Cuboteca já foram instaladas

A Cativa entra como parceira na construção da Cuboteca, a biblioteca do Espaço Cubo. Estão sendo dados os primeiros passos para a construção do primeiro ponto de leitura do circuito fora do eixo. Confira abaixo a nota divulgada no Espaço Cubo Blogger.


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estrutura
Estantes da Cuboteca já foram instaladas

Alfa Canhetti | da Cubo Comunicação



A cuboteca é uma ação idealizada pela Cubo discos e vem na perspectiva de estimular a leitura, as pesquisas culturais e para administrar essa produção e atendimento ao público. A Imprensa de Zine e a Editora Cativa são idealizadoras do projeto e o Panamby e o Calango os parceiros.

Dentro da política de uso e consumo, alguns livros estarão reservados exclusivamente para a comercialização em Cubo card, o restante será para a leitura aqui mesmo dentro do espaço. “a gente vai ter uma mesa pra estudo e puffs almofadas para ser mais confortável a leitura”, conta Lenissa Lenza, coordenadora do sistema de crédito Cubo card. Num primeiro momento, será assim até ser colocado o aluguel de livros também como moeda de troca da discos dentro do Cubo card. O Calango é o maior filtro da Cuboteca, é ele quem abastece ela todo ano. “Temos cerca de 6.000 exemplares, isso sem contar as doações que já foram feitas para prefeitura, casa brasil e etc. Agora estamos em fase de organização do espaço para o lançamento (que será em breve) e o tombamento dos livros, ou seja, marcar autor, editora, ano e etc dos livros, todas as informações. É o mapeamento mesmo de todas as infos”, cocluiu Lenissa.

Uma das ações de público que serão potencializadas são alunos secundaristas e crianças de escolas públicas, uma vez que o trabalho da Imprensa de Zine é atingir o universo estudantil com a cultura independente. A cuboteca é mais um projeto que vem pra fomento da cena cultural independente e vai ser suporte de qualquer área cultural. Essencialmente é mais um projeto que busca no card a sua auto-gestão e potencialidade.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Revirada Cuiabana: convergência da diversidade

Espaço Dicke: Público tímido, mas Cativante.
Essa é a melhor definição sobre a movimentação no Espaço Dickie duarante a Revirada Cuiabana em comemoração aos 289 anos de Cuiabá.


foto: Ney Hugo

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por Pricyla Koehler

Literatura e artes plásticas foram concentrados em único lugar, nos espaços Dickie e Aline Figueiredo, respectivamente. Apesar das mais de 15 mil pessoas que passaram pela Acrimat durante as 24 horas de cultura da Revirada Cuiabana, o público que visitou nosso espaço foi tímido, porém curioso e cativante.

Mesmo não estando muito bem localizados, a nossa participação num evento como esse, que trabalha essencialmente com a integração das artes, foi muito importante. A convergência da diversidade cultural num mesmo espaço mostrou-se uma experiência inovadora e riquíssima. Foi uma prova de respeito à multiplicidade e interação entre os mais diversos estilos de manifestação cultural.

E aproveitando a oportunidade de grande circulação e divulgação da produção cultural cuiabana, o lançamento do livro “O Teatro Pagão”, de Gerson Tasca, não poderia ter tido público mais heterogênio. Isso foi ótimo! É incomensurável o alcance da exposição de um trabalho disponibilizado a públicos tão diversos e que, apesar de tímido, certamente serão multiplicadores da cultura que absorveram no Espaço Dickie, e em todos os outros espaços.



O saldo da Revirada Cuiabana foi mais que positivo. O desafio de realizar um trabalho em conjunto, mobilizando todos os segmentos atuantes na cena cultural cuiabana como Literatura, Artes Plásticas, Teatro, Música e Áudio-visual com apoio da iniciativa privada, da sociedade civil organizada e do poder público mostrou mais uma vez a capacidade e atitude de todos os envolvidos no projeto.

Parabéns! Cuiabá agradece.

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“O lado bonito de se ver”

E do outro lado da festa, também tinha mais literatura. O Movimento de Inteligência Negra (MIN) expôs em sua tenda diversas obras produzidas por negros e/ou relacionadas à cultura afro.

“Estamos aqui para instigar a curiosidade das pessoas e mostrar o lado bonito de se ver do negro”, disse um dos coordenadores do MIN, Cristóvão Luiz. O movimento desenvolve pesquisas sobre a cultura afro, organiza oficinas de dança africana, samba de raiz, capoeira, entre outras atividades, para através dessas ações trabalhar a conscientização sobre a cultura negra e sua valorização junto à sociedade.

O MIN tem uma "biblioteca itinerante" com temática voltada mais para a cultura negra e/ou autores essencialmente negros, montada em eventos e esporadicamente disponibilizada no Espaço Cultural Silva Freire, no Coxipó. Cristóvão ressalta a importância de sistematizar o conhecimento através da escrita, para então ganhar espaço na sociedade e conseguir modificá-la. “Através disso [dos livros], pode-se sonhar.”

Então, está dado o recado!

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Aniversário de Cuiabá cativa lançamento especial: “O Teatro Pagão”


Unir a diversidade cultural mato-grossense. Esse é a essência da Revirada Cuiabana, um múltiplo evento que envolve as mais diversas expressões culturais em comemoração aos 289 anos de Cuiabá.



por Pricyla Koehler

E é claro que não podíamos ficar fora dessa festa! E para marcar nossa presença, vamos lançar uma edição especial do livro “O Teatro Pagão”, de Gerson Tasca.

Confeccionados especialmente para a primeira edição da Revirada Cuiabana, a segunda edição do livro será com exemplares limitados. O lançamento pela Editora Cativa, marca uma das ações do “Espaço Dicke”, nome do espaço literário da Revirada Cultural – fazendo alusão ao escritor mato-grossense Ricardo Guilherme Dicke.

A obra de Tasca é poesia cotidiana mesclada a uma pesquisa que aborda sucintamente Física Quântica, Biodiversidade e Água.

O livro reúne citações poéticas de grandes nomes da literatura mundial e pensadores renomados e poemas do prórpio Tasca. “Um livro não precisa ser construído a partir de um projeto isolado, como esse [O Teatro Pagão], capta várias linguagens e tem vários autores”, explica.

“Eu sou um produtor e multiplicador de cultura educativa e ambiental”. O livro é todo impresso em papel reciclado, ecológicamente correto, e montado em um formato que utiliza todo o papel, sem cortes e desperdícios. Um modelo de livro desenvolvido pelo próprio autor e que faz jus à essência da obra.

***


“Alguém escreveu.
O que leu.
Dos escritos
De alguém
Que havia lido
O que já havia escrito
Em algum lugar...”



Essa é só uma mostra do que tem no livro!
Interessou-se? Então já está mais que convidado.
A festa acontece no Centro de Eventos da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).

Te esperamos lá!

segunda-feira, 31 de março de 2008

Livro: produção e recepção



Jussara Alves escreve

Acredito que através da leitura é possível surgir, por parte do seu receptor (leitor), pontos de vista diferentes daqueles visados pelo autor. Além, é claro, de inúmeras apropriações. Entendam que não falo necessariamente de livros, mas também jornais, revistas e qualquer outro meio de produção e difusão cultural.

Quem lê um determinado texto, produz suas próprias concepções, análogas ou não, as do autor. Este, apresenta-se, digamos assim, como um produtor cultural e o leitor também produz cultura ao ler o texto.

Cada leitor recria e se apropria do texto de acordo com suas “competências textuais” e especificidades. Neste sentido, temos então dois momentos: o momento da produção de um objeto cultural (o texto); e o da recepção, também como uma forma de produção.

Ao escrever um livro, o autor incorpora o papel de produtor cultural, e ao ler este livro, o leitor comum também está produzindo cultura, pois a leitura é prática criadora.

O historiador da cultura trabalha com os conceitos de práticas e representações. Estes dois conceitos complementares, podem ser explicados por meio de um exemplo: a produção de um livro. Para tal produção são movimentadas práticas culturais e também representações.

Ente as práticas realizadas para a construção de um livro está a de ordem autoral (modos de escrever, de pensar ou expor o que será escrito), os editoriais (reunir o que foi escrito) e os artesanais (sua materialidade). Depois de produzido, o livro difunde novas representações e contribui para a produção de novas práticas.

A leitura e difusão do conteúdo de um livro pode gerar inúmeras representações novas sobre os temas que o atravessam. Em alguns casos, podem passar a fazer parte das representações coletivas (modos de penar e sentir coletivos).

quarta-feira, 26 de março de 2008

Lado [R]: conhecimento não se vende


por Pricyla Koehler

Em nossa odisséia para aumentar a demanda social pela leitura, buscamos pessoas com essa mesma idéia na cabeça e as mãos unidas para produzir e divulgar material de qualidade. Como é o caso do zine potiguar Lado [R].


Fanzines são geralmente conhecidos por pecar em qualidade técnica devido à necessidade de se fazer uma publicação sem ter dinheiro para bancar. O Lado [R] se afasta um pouco dessa linha. E pra quem não conhece, o Fanzine Lado [R] é uma publicação que há três anos é produzida em Natal de forma independente por um grupo de amigos interessados em rock’n roll, contra-informação e irreverência.

O formato independente e irreverente que mescla informação com criatividade e bom-humor têm cativado um público cada vez maior de leitores. E certamente vai cativar o público de Cuiabá também! Conversando com um dos idealizadores do Lado [R], Leandro Menezes, conhecemos um pouco mais do trabalho e da essência da publicação.

E pensar que a idéia de uma publicação assim surgiu “de repente”! O zine nasceu de conversas e afinidades entre os amigos Dimetrius Ferreira, Rafael F e do próprio Leandro. A iniciativa de publicar o zine é tão estimulante que logo a equipe cresceu, com a entrada da Renata Marques e, mais recentemente, o Lado [R] também tem o dedo de Filipe Mamede.

Leandro diz que falar sobre objetivo é um pouco complicado... Mas a idéia geral é muito simples. “Nossa intenção é escrever, gerar conflito, desagradar algumas pessoas, fazer com que outras mijem de rir, que outras sintam raiva ou alegria ou tristeza, enfim, incitar sentimentos confusos nas pessoas...” No mínimo, paradoxal.

E assim como toda produção independente, o Lado [R] também esbarra em muitas dificuldades, como os custos para a produção do zine e a distribuição dos exemplares para praças de todo Brasil.

"Nós acreditamos que conhecimento não se vende, se compartilha. Por isso fazemos questão de distribuí-lo gratuitamente. Até quando pudermos segurar a peteca, vai ser assim...”

E continua...

“A distribuição ainda é muito tímida, apesar do zine já ter chegado em diversos estados do país. A idéia é estar sempre pensando em uma forma de agilizar isso, mas temos um grande problema que é a falta de grana...”

A primeira publicação do zine não ultrapassou a marca dos 100 exemplares. E todos xerocados. Mas a idéia deu tão certo que desde a edição #5 o Lado [R] coloca 2 mil exemplares na praça! Todos distribuídos gratuitamente! Antes disso, a tiragem não passava das 500 cópias.


A pergunta que não quer calar: por que “Lado [R]”?

“Quem bolou esse nome foi o Rafael F., inclusive, ele é “o cara” dos nomes, títulos e trocadalhos que vocês lêem no zine... A idéia do nome Lado [R] é bem simples, não somos do Lado A, nem Lado B, ficamos lá no final da 'fila', no R, que pode ser de Ruim, Rock, Reavy Metal, Rumba, Reggae, Roots, Rastafari ou Romã.”

Então, está explicado!

* * *

A próxima edição do Fanzine Lado [R] – #8 – deve ser lançada agora em abril e a Cativa já garantiu exemplares para distribuir para a galera de Cuiabá! Agora é só esperar!

E não pára por aí, mais quatro edições já estão planejadas até o final do ano.

E quem quiser conferir mais informações sobre o Lado [R], aí vão os endereços:

>> email
lado.r.zine@gmail.com
>> blog
http://www.ladorsemcolchetes.blogspot.com
>> orkut
http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=17795419788406643450
>> comunidade no orkut
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=8440110
>> fotolog
http://www.fotolog.com/ladoerre

quinta-feira, 13 de março de 2008

Jornais: uma história da leitura...



por Jussara Alves*

Aos poucos, a história da leitura torna-se assunto de livros, pesquisas, ensaios, seminários e congressos no Brasil com a participação de Roger Chartier e Jean Hérbrard, dois expoentes dessa área de pesquisa. Entretanto, a história da Leitura ainda é um tema novo que necessita ser estudado no Brasil.

O primeiro e maior meio de acesso à leitura em Cuiabá foi o jornal. Themis Matogrossense foi o primeiro jornal e data do ano de 1839. Só em 1912, foi criada a Biblioteca Pública de Mato Grosso, cujos 1000 volumes iniciais foram doados pela população. Nos periódicos que pesquisei, percebi que poucas livrarias e papelarias vendiam livros anunciados. E que o verdadeiro público alvo dos jornais cuiabanos deste período era a elite letrada.

Hoje essa realidade mudou. Com inclinações político-partidárias, os jornais pretendem atingir o maior número de leitores possível, lançando mão da diversidade nos assuntos.



Para Roger Chartier, a leitura, além de ser uma prática cultural, é uma forma de apropriação, uma vez que, “cada leitor, a partir de suas próprias referências, individuais ou sociais, históricas ou existenciais, dá um sentido mais ou menos singular, mais ou menos partilhado, aos textos de que se apropria”.

Fico então na torcida para que seja possível embarcar numa viagem por meio da leitura, senão todos, um maior número atingível de pessoas.



* Jussara Alves da Silva é graduada em História pela UFMT/Cuiabá. Como bolsista PIBIC (Programa de Iniciação Cientifica), pesquisou as práticas de leitura e o aparelhamento da sociedade para o mundo do livro, através da imprensa, entre 1910 e 1940.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Amálgama literário


Está por nascer uma nova possibilidade para aqueles que gostam de escrever e/ou são amantes da literatura de uma forma geral. A COCCAR (Cooperativa de Comunicação, Cultura e Arte) é o grande últero para que as idéias germinativas tomem forma através do trabalho coletivo, transformando-se num grande amálgama.



A Cativa faz o convite sob a enfática experiência do escritor e quadrinista Wander Antunes, para que construamos, a partir de nossa força política enquanto produtores de conhecimento e projetos sócio-culturais, uma unicidade capaz de mostrar ao poder público, ou seja, Estado e sociedade civil, a importância e urgência das demandas sociais da leitura e da escritura do campo das idéias, da arte, da ciência; do ampliando as possibilidades do conhecimento humano.

Max Rodrigues (membro fundador da Cativa e mestrando em História-UFMT)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Aprender a ler


Pricyla Koehler escreve


Um dos traços mais marcantes da cultura do brasileiro é a resistência à leitura. A última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o perfil social da população revela que o brasileiro lê, em média, 1,8 livro por ano, ou seja, lê menos de dois livros por ano. Isso é muito pouco.

Evidentemente que se trata de uma média. Logo, há pessoas que lêem mais de um livro por ano. Assim como há pessoas que não lêem nem um livro por ano! E quais seriam os possíveis fatores de tamanha disparidade? De que forma solucionar essa pouca demanda social pela leitura?


Seria muita pretensão minha tentar apresentar soluções para uma deficiência tão arraigada à cultura brasileira e resultante do processo histórico, político e social da formação do Brasil em poucas linhas. Neste artigo, limito-me a expressar meu pensamento sobre um aspecto que, a princípio, pode parecer um detalhe, mas que faz toda a diferença na forma como enxergamos o mundo.

Não podemos ignorar que a maior parte da população vive em situação tão precária que o consumo de “produtos culturais” é um luxo desmedido, principalmente para quem precisa lutar diariamente pela comida, pela roupa, pela casa. Mas também não podemos ignorar o estigma associado à leitura como uma atividade aborrecida, torturante e com pouca, ou nenhuma, utilidade prática. Esses dois fatores aliaram-se com tamanha força que estão empurrando o Brasil para um estado de analfabetismo crônico, incluindo os que não aprenderam a ler e os que foram induzidos a não gostar de ler.

A Cativa representa uma resposta, ou melhor, uma reação a essa tendência e propõe aumentar a demanda social pela leitura. Isso é ótimo, pois é a leitura que fornece instrumentos para o desenvolvimento do senso crítico, através do qual é possível compreender tudo aquilo que se lê, para então interagir com o meio de uma maneira consciente e não tão ingênua e simplista, como normalmente ocorre.

Mas antes de interpretar o mundo e construir uma opinião crítica fundamentada a partir de tudo o que nos é ofertado, é preciso aprender a ler. Sim, aprender a ler. Isso pode parecer um detalhe, mas ler não é simplesmente decodificar os signos. Ler é atribuir sentido a algo. Se você decodifica os signos mas não consegue transpor sentidos para o seu mundo sensível, então você não leu. Olhou, mas não viu. E isso é o que mais ocorre em nossa sociedade, infelizmente. Vivemos a sociedade da informação que não informa.

Fala-se muito sobre a democratização da informação e a própria Internet é um novo meio que potencializa isso, entretanto essa ainda é uma perspectiva bastante limitada da situação. De fato temos cada dia mais possibilidades de acesso à informação e somos constantemente bombardeados por tudo aquilo que acontece a nossa volta. Mas até que ponto conseguimos dar sentido à imensa quantidade de signos que nos são apresentados? Será que conseguimos ler?

Vivemos num momento político-social em que aquilo que você não diz assume mais importância do que aquilo que você diz. Além da leitura aparente é preciso exercitar a capacidade de ler as entrelinhas. Ter informação não significa ter poder. Poderoso mesmo é aquele que sabe trabalhar conscientemente a informação que tem (conhecimento).

Superar a falta de interesse do brasileiro pela leitura está além das barreiras mercadológicas, uma vez que nem mesmo a facilidade de acesso à informação, possibilitada pelo desenvolvimento tecnológico dos meios conseguiu modificar, mesmo que minimamente, essa realidade. Nem mesmo a atual transformação do conhecimento em artigos de consumo (seja através de livros, filmes, gibis, etc) é capaz de interferir de maneira densa nessa triste realidade.

Ou seja, o desafio é não só aumentar a demanda social pela leitura, como também proporcionar meios e alternativas para que o conhecimento construído possa tornar-se instrumento de transformação.


* Pricyla Koehler é estudante de Comunicação Social – Jornalismo na Universidade Federal de Mato Grosso.